Pautas para o jornalismo internacional

31 jan

Não sei quanto a vocês, mas eu espero um 2013 emocionante para a cobertura dos principais fatos que nortearão o jornalismo internacional nos quatro cantos do mundo.

Após três reeleições e 14 anos de governo, Hugo Chávez parece que finalmente vai pendurar as chuteiras, na Venezuela. Não é de hoje que o líder esquerdista enfrenta problemas de saúde e tudo indica que ele vai passar o bastão para o seu vice, Nicolás Maduro, que, sem trocadilhos, parece estar pronto para assumir a vaga. Mas, no meio do caminho há uma pedra, chamada Henrique Capriles, que quase venceu Chavez na última eleição e promete ainda fazer muito barulho como líder oposicionista.

Enquanto isso, o “arqui-inimigo” número 1 de Chavez, Barack Obama, prepara-se para assumir seu segundo mandato que deverá definir a posição na história do presidente da maior economia do mundo. Não será nada fácil para Obama logo nos primeiros meses de mandato, quando deverá emplacar medidas impopulares de restrição de vendas de armas de fogo no país, como resposta aos recentes massacres que ocorreram. Obama tem pela frente ainda a consolidação de seu programa de saúde, o Obamacare e tem como vantagem, pelo menos no início de seu novo mandato, a despreocupação em agradar a gregos e troianos, pois eleição será só daqui a quatro anos.

Mas, fortes emoções, tanto em nível econômico quanto em nível político e social, teremos mesmo é na Europa. Na Alemanha, que ainda respira, a eleição no final do ano deverá confirmar a permanência de Angela Merkel no poder. Enquanto isso, a Itália corre o sério risco do retorno, em fevereiro, de Berlusconi, aquele que ignora dívidas e aposta nos gastos públicos e no bem-estar da população para acalmar os ânimos. Isso sem falar na Espanha, que será um capítulo à parte…

Mas, nem tudo são espinhos. Na Inglaterra, a imprensa sensacionalista se prepara para a cobertura da chegada do sucessor ou sucessora ao trono do príncipe William. A gravidez de Kate Middleton, marcada desde o seu anúncio, por espertezas da imprensa, deverá ser um grande espetáculo até o nascimento da criança, agendado para julho.

Na Ásia, o buraco será mais embaixo. Sem reformas, a China terá de reativar o motor de sua economia e contentar-se com uma política de incentivo ao consumo interno. Além disso, o combate à corrupção e uma censura mais rígida para a Internet são as cenas esperadas dos próximos capítulos. Mas, a questão econômica será, sem dúvida, o maior desafio do império chinês. Embora tenha crescido 10% nos últimos 30 anos, a economia chinesa começa a perder fôlego, principalmente em função da crise econômica global. Em 2013, o país deve crescer 8,4% e manter sua posição de segunda maior economia do mundo, perdendo apenas para os norte-americanos.

Muita expectativa também no mundo árabe, em que nos últimos dois anos tiveram países envolvidos em processos de redemocratização a partir da queda de líderes ditatoriais. Em 2013, Tunísia, Líbia e Egito, deverão protagonizar a definição do futuro em seus respectivos regimes políticos. Enquanto isso, a Síria, em guerra civil desde 2011, ainda não enxerga um futuro melhor para o seu país em 2013; apesar das potências de posicionarem, parece que os conflitos ainda não têm data para acabar.

Por fim, cabe uma observação sobre o papel das mídias sociais na divulgação de informações no cenário internacional. É inegável que plataformas como Twitter, por exemplo, foram importantes para o registro da informação factual  em 2012, protagonizando furos de reportagem e hoje ocupam cada vez mais espaço de grande importância, tanto na divulgação de informações quanto na formação de opiniões.

E, em 2013?

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